Cidades

Educação, corrupção e democracia

Durante a ditadura militar, um dos argumentos dos conservadores era de que no Brasil "os pobres, o povo brasileiro, não estava preparado para votar". Argumentava-se que não havia racionalidade ao outorgar o direito ao voto àqueles que mal sabiam ler ou escrever. Com efeito, após a abertura política e vencidos na sua proposta original, os apregoadores desta teoria silenciaram; até porque, a esquerda os sentenciavam se por ventura esse perjúrio, viesse à baila das discussões democráticas.
Os tempos mudaram e hoje, no universo democrático que vivemos, ninguém mais questiona o voto daqueles que pouca cultura obtiveram; questiona-se sim os efeitos das liberdades democráticas nos moldes em que foi concebida, expressa nos horrores corruptórios que permeiam nossas atuais instituições políticas. Jarbas Vasconcelos denunciando a corrupção partidária, Protógenes na berlinda tentando legitimar o papel da Polícia Federal - muitos o enxergando como uma ameaça -, Gilmar Mendes estrelando o bom senso nas suas críticas ao MST, todos de uma forma ou de outra, questionam e denunciam a má qualidade da democracia que foi instituída no País. Veja reportagem completa.

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Suprema ignorância:

Alagoas vive na miséria causada por políticos e seu povo ainda agradece votando neles

MENDONÇA NETO - mendoncanetoal@uol.com.br

Cínicos, eles estão convencidos de que o povo é idiota E gosta de ser roubado , humilhado e desmoralizado.
"Com Renan, Lessa, Collor, Albuquerque, Vilela e Tenório no poder, Alagoas piorou em todos os indicadores sociais e foi o Estado em que mais se roubou dinheiro público e em que mais políticos enriqueceram fraudulentamente.
"Processados como gatunos, bens indisponíveis, execrados pelo povo, gabirus e taturanas sob o comando de Renan e Teo percorrem Alagoas para, depois de todos os escândalos, e sobre a mais contundente miséria humana, tentar enganar o povo, de novo.
"Relatório do delegado Janderlyer Gomes, da Polícia Federal, de 1 500 páginas, com todas as provas e os crimes dos deputados estaduais, arremata dizendo: "O maias pungente recorde de Alagoas - maior taxa de mortalidade infantil do Brasil - é apenas um dos reflexos e conseqüências da covarde ação de pessoas que se inves-tiram nos mandatos mediante o uso da intimidação e da compra de votos".
"Jarbas Vasconcelos no Senado defende cruzada contra políticos corruptos: "A impunidade estimula a corrupção", a falta de punição gera mais e novas irregularidades. "Se o governador, o senador e o deputado são corruptos e nada acontece, as pessoas logo pensam que também podem fazer corrupção."
Não deixa de ter seu lado cômico o fato de se ler nos jornais alagoanos, a movimentação de políticos banhados de corrupção, em busca de extrair outros mandatos do povo, convencidos de que todos os males que praticaram devem ser ignorados na hora do voto. Não fosse trágico, seria absolutamente cômico. É como se um ladrão arrombasse uma casa, fosse preso, e depois, acintosamente, ficasse rondando a mesma casa e avisando , pela imprensa: vou roubar de novo."
Li, há poucos dias, um excelente artigo do promotor Mauricio Pitta, sobre a promiscuidade entre ladrões e pretensos homens de bem, como se certa parte da sociedade não entendesse que, abrir as portas de suas casas a estes marginais é lhes dar munição para outros ilícitos. Mauricio relata que estava no Iguatemi, em uma roda de amigos, quando viu chegar um gabiru e estender a mão para cumprimentar a cada um. O promotor retirou-se enojado com aquela pusilanimidade. E no seu artigo cobra uma punição social para os corruptos, sob pena de a sociedade inteira virar um mesmo lodaçal em que se misturam assassinos, proxenetas, ladrões do erário, juizes, procuradores, comerciantes e profissionais li-berais, como que a avalizar este comportamento criminoso. Veja mais>