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quarta-feira, 18 de março de 2009

Entre a gíria e a ruína



Vejam que espetáculo: a ministra Dilma Rousseff não só se tornou apenas um ser que graceja, como agora se dá ao extremo do coloquial ao lançar mão de gírias próprias dos bailes funk. De acordo com a ministra chefe da Casa Civil um dos exemplos que nos conforta em relação à crise econômica mundial é o fato da indústria naval estar “bombando”. O melhor mesmo, para o padrão Rousseff de otimismo, é que o os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são, juntamente com a Bolsa Família, o remédio de que o Brasil dispõe para enfrentar tamanha adversidade.
Sobre a Bolsa Família, não se discute. O programa foi até ampliado para sustentar a base da popularidade do presidente a custa da caridade institucional. Já em relação ao PAC, se é dele que dependemos, dias piores virão com certeza. Nesta semana o Instituto Trata Brasil, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, demonstrou que em relação ao setor de saneamento, em 27 municípios pesquisados com mais de 500 mil habitantes 54 das 96 obras estão comprometidas. Observem ser justamente o saneamento um dos principais objetivos dos investimentos do governo federal em infra-estrutura.
De acordo com o Trata Brasil, das obras destinadas ao setor financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Caixa Econômica Federal (CEF) 27 não foram sequer iniciadas e 24 estão atrasadas e três foram paralisadas. Isto que é impulso administrativo materno ao novo modelo de desenvolvimento nacional. É preciso lembrar que esse governo, no plano inicial de investimentos do PAC, havia dividido o aporte dos recursos em três setores primordiais, sendo que R$ 274,8 bilhões (54,5%) seriam destinados à energia, R$ 170,8 bilhões (33,9%) ao saneamento e à habitação e R$ 58,3 bilhões (11,6%) à logística.
Em relação ao saneamento básico, a meta era especificamente aportar até 2010 R$ 40 bilhões para aumentar a cobertura da rede de coleta de esgoto domiciliar dos atuais 48% para 55% até aquela data. Para se ter noção do atraso brasileiro no setor e da insuficiência dos investimentos programados, de acordo com estudo do Trata Brasil e da Fundação Getúlio Vargas, a se manter o atual nível de inversão, vamos conseguir universalizar o serviço aproximadamente em 2122. Temos de nos orgulhar de estar começando agora, na era Lula, uma obra que vai se completar daqui a 113 anos.
O interessante foi o secretário de Saneamento do Ministério das Cidades, como bom burocrata do lulismo, afirmar que o baixo rendimento do PAC no setor se deve aos baixos investimentos nos anos anteriores. Que anos anteriores? O primeiro mandato do presidente Lula conta? Tem de contar! Conforme informação do DATASUS, os investimentos em saneamento como proporção do PIB foram de 0,03% em 2003; 0,06% em 2004 e 0,09% em 2005 e seguiram o mesmo padrão da Era FHC.
Os principais estudos estimam que o Brasil precisaria de 0,45% do PIB em investimentos anuais para cobrir o déficit de saneamento. Em resumo, a se considerar o andamento do PAC, o país vai se afundar na crise financeira mundial enquanto 100 milhões de brasileiros vão continuar sem acesso à rede de esgoto. Entre acreditar na gíria de morro carioca da ministra, o mais prudente é se prevenir da ruína que virá com o bombardeio da recessão.
E nós ficamos com cara de palhaços.

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