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domingo, 6 de dezembro de 2009

Brasil, País dos mensalões

 

A corrupção ganha novo episódio na história política brasileira. Os personagens são novos, mas as estruturas são velhas conhecidas, com dinheiro e poder

Tiago Coutinho - 05 Dez 2009 - 16h00min

As meias serviram de carteira. Não cabendo mais nos bolsos, o deputado, ao receber pacotes de dinheiro de um secretário, guardou-os nas meias. A cena ganhou o Brasil e o mundo. ``Por segurança pessoal``, justificou o beneficiado, Leonardo Prudente (DEM), presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O deputado recebeu o dinheiro das mãos de Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governador José Roberto Arruda (DEM).
O Brasil vivencia mais um escândalo de corrupção. Muda os personagens, mas a estrutura já está bem ambientada no cenário político nacional. Arruda e Barbosa são alvos de uma investigação da Polícia Federal. Os dois estariam envolvidos num esquema de propina com deputados da base e uso de caixa dois de R$ 57 milhões, na campanha de 2006 que elegeu Arruda - único governador do DEM no País. Vários vídeos foram feitos por Barbosa e entregues à PF. Integrante da polícia, o ex-secretário ajuda no caso para diminuir sua pena.
Uma das imagens mostra Arruda, em 2006, recebendo R$ 50 mil de Barbosa. O dinheiro, segundo o governador, seria destinado à compra de panetones para o Natal da população carente. Não satisfeito com a versão, no primeiro dia da operação da Polícia Federal, o Governo abriu edital para a compra de 120 mil panetones.
O caso já ganhou apelidos. Por ser similar ao modelo de corrupção petista denunciado em 2005 e ao de Minas Gerais, associou-se o termo ``mensalão do DEM`` ou também ``panetonegate``.
Os tucanos tentam fugir da crise, com o anúncio imediato da saída do Governo Arruda, mas esta semana levaram um golpe: o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu, na última quinta-feira (3), processo criminal contra o senador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB). Ele é acusado de fazer caixa dois durante sua campanha ao Governo em 1998.
O responsável por encher os cofres do PSDB mineiro foi o publicitário Marcos Valério, o mesmo que em 2005 levou o Governo Lula à sua maior crise. O então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) revelou que 40 parlamentares recebiam mesadas para votar com o governo, o famoso mensalão.
Em meio a tantos mensalões, poucos lembram do escândalo que envolveu Fernando Collor (PTB) em 1992, quando presidente da República, e seu tesoureiro PC Farias. Num esquema de lavagem de dinheiro, eles arrecadaram US$ 8 milhões e movimentaram mais de US$ 1 bilhão de dinheiro público.
Diante de tantos casos de corrupção, que atingem tanto partidos de oposição como da situação, seria a corrupção algo inerente à política brasileira? Existiriam mecanismos para evitá-la? Nas próximas páginas, O POVO discute a relação entre a corrupção e a política brasileira.

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