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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Gazeta do Sul

Opinião

Ângela Rocha |gazetadosul.com.br

Dignidade política... Lá fora!

O presidente da Câmara dos Comuns (da Inglaterra), Michael Martin, renunciou ao mandato. Por que renunciou? Renunciou devido a pressões sofridas em relação ao abuso do dinheiro público cometido por deputados. Como chefe do Poder Legislativo, há nove anos no cargo, o político sentiu-se na obrigação de afastar-se, num gesto extremo (para os ingleses) que antes havia ocorrido só em 1695, quando o titular do cargo foi surpreendido recebendo propina. Esse é um exemplo extremo, mas vez ou outra encontramos desfechos mais radicais ainda, com políticos ou dirigentes de grandes corporações que, pegos no erro, cometem o suicídio.
Não defendemos o suicídio, em hipótese alguma. Mas a renúncia e a proscrição são o mínimo que qualquer homem público ou líder que meteu a mão no dinheiro do povo merece. Infelizmente, o Brasil está muito distante de comportamentos dessa natureza. O indivíduo investido na função pública é surpreendido e escrachado no cometimento de verdadeiros crimes, e ainda sobrevive politicamente. Essa falta de solução é que leva a população a construir a imagem caótica que hoje a maioria dos brasileiros tem da classe política. Uma imagem tão ruim que chega a ser injusta porque nivela a classe por baixo, levando a crer que todos são iguais aos ladrões surgidos como personagens de fatos lamentáveis como os sanguessugas, os que escondem dinheiro na cueca, o esbanjadores de passagens aéreas e aqueles que pagam despesas particulares com dinheiro público.
O Brasil e a maioria dos países “em desenvolvimento” têm a corrupção como endêmica na classe política. E o pior é que o povo, grande prejudicado pelo assalto aos cofres públicos, é complacente e continua votando nos corruptos. Nos últimos tempos a Justiça tem apertado o cerco e punido alguns dos envolvidos nas falcatruas, mas isso não é suficiente para melhorar a imagem dos detentores de mandatos públicos. Ao mesmo tempo em que neles vota, o povo os rotula sem dó: ladrão!
Apesar de todas as dificuldades, nosso país ascendeu na escala internacional e hoje é uma das principais economias do mundo. De tipicamente rural até os anos 50, somos hoje uma economia industrial com produtos de alta tecnologia, possibilidade de processar as matérias-primas para vendê-las a preços melhores e uma série de outras características de país desenvolvido.
Mas, para podermos ser considerados um país desenvolvido e até “de primeiro mundo”, precisamos avançar muito no rumo social. Oferecer oportunidade de trabalho, saúde, educação e convivência à população para que todos possam, em vivendo bem, exercer plenamente a cidadania e exigir de seus políticos pelo menos um pouco de decência e retidão. No dia em que tivermos essa nova realidade, possivelmente os nossos políticos também deixarão de se envolver em escândalos e, em se envolvendo, também terão a dignidade de renunciar...
Dirceu Cardoso Gonçalves/Tenente, dirigente da Aspomil

Gazeta do Sul

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