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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Não é só ele que está “se lixando” - VEJA.com

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O Congresso seria bem diferente se todos os deputados e senadores seguissem o exemplo do deputado Sérgio Moraes, do PTB do Rio Grande do Sul. Na semana passada, o nobre parlamentar gaúcho deu uma invejável demonstração de sinceridade aos colegas e aos eleitores. Relator do processo que analisa as peripécias do deputado Edmar Moreira - como se sabe, Moreira tem um castelo de 20 milhões de reais que nunca declarou ao fisco e também cultivava o hábito de usar a verba de gabinete para contratar serviços de suas próprias empresas -, Moraes se irritou com os jornalistas que cobravam dele uma posição mais rigorosa sobre o caso e disparou uma das mais honestas declarações que se ouviu da boca de um político nos últimos tempos: "Eu estou me lixando para a opinião pública! Até porque a opinião pública não acredita no que vocês escrevem. Vocês batem, batem e nós nos reelegemos mesmo assim".

Há dezenas de outros exemplos de parlamentares que se envolveram nos mais escabrosos escândalos da recente história política brasileira e que flanam pelos corredores do Congresso anistiados pelos eleitores. São as evidências reais de que o deputado Sérgio Moraes, infelizmente, apenas reproduziu a verdade. "O que se convencionou chamar de opinião pública atinge um público restrito, com um pequeno poder de mobilização. Grande parte da população não tem acesso às informações sobre os desmandos dos políticos. E mesmo aqueles que têm informação estão mais preocupados com problemas cotidianos, como emprego, salário e educação dos filhos, deixando a política em segundo plano", diz o cientista político Rubens Figueiredo.

Para Cláudio Abramo, diretor da ONG Transparência Brasil, as denúncias sobre os desmandos ainda são a melhor arma para a sociedade se defender dos maus políticos. "Nos últimos anos o acesso à informação tem sido facilitado e, com isso, a vida dos políticos corruptos tende a ficar mais difícil, mas é um trabalho de longo prazo", afirma. A entidade vê com bons olhos a possibilidade de proibir os políticos com ficha suja de disputar eleições.

Apesar de algumas demonstrações de indignação sobre as declarações de Sérgio Moraes, o Congresso, como regra, tem seguido linearmente o que o deputado prega - só que no mais coveniente silêncio. Há duas semanas, por exemplo, foi revelado que o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado José Carlos Zoghbi e sua mulher, Denise Zoghbi, receberam 2,3 milhões de reais do Banco Cruzeiro do Sul pela renovação de contrato para concessão de crédito consignado aos funcionários do Senado.

Em vez de remeter a investigação do caso à Polícia Federal, como seria o normal, o presidente do Senado, José Sarney, preferiu chamar a Polícia Legislativa. Zoghbi, o milionário, tem uma relação muito próxima com o grupo político de Sarney e tem como padrinho político o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, aliado de Sarney. Qualquer investigação minimamente séria teria que se debruçar sobre as ligações políticas dos funcionários afastados com os senadores que comandam o Senado. Traduzindo: é uma investigação apenas de mentirinha, de faz de conta, para não se chegar a lugar algum e deixar tudo como está. Os senadores também estão se lixando para a opinião pública.

Não é só ele que está “se lixando” - VEJA.com

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