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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Jovens usam a Internet para retomar a mobilização política

Publicado: Quinta-feira, 16 de setembro de 2010 por Leandro Sarubo
Movimentação é a mais sólida desde a dos "Caras Pintadas".

Líber

Fundação do Diretório do Libertários em Minas Gerais

Por Leandro Sarubo

1992 foi um ano emblemático para a democracia brasileira.

Fernando Collor de Melo, “caçador de marajás” das eleições de 1989, que já enfrentara impopularidade pela genial ideia de confiscar poupanças, estava encurralado desde a bombástica entrevista de seu irmão, Pedro, às páginas amarelas de Veja.

O depoimento, que tornou público o esquema de corrupção engendrado pelo ex-mandatário do país e seu braço direito, o empresário PC Farias, deu disposição, no dia 16 de agosto daquele ano, ao maior movimento popular observado desde as Diretas Já.

Na data em que Collor pediu para o povo vestir amarelo e ficar ao seu lado, os jovens foram às ruas com as caras pintadas e camisas pretas pedir sua saída do poder, em luto contra a corrupção, entrando na história da vida política do país – entre o chamado “Domingo Negro” e a saída do então presidente foram menos de 50 dias. Basicamente o tempo de duração do ativismo entre os jovens.

O melhor indicador da guinada da "Geração Jeans e Shopping", nomenclatura com a qual professores identificam os alunos mais alienados, foi o livro “A Cabeça do Brasileiro”. Publicação baseada no levantamento do sociólogo Alberto Carlos Almeida a respeito de temas ligados a conceitos e comportamentos, a obra assinalou, a partir de um questionário do IBGE, a rápida mudança de metas dos jovens.

Aplicada em 2002, a pesquisa apontou que 74% dos jovens fazem uso do “jeitinho brasileiro” e 56% consideram correto o uso deste expediente. Números elevados para um tópico que tem relação com corrupção apenas dez anos depois do impeachment e que explicam um pouco da ausência de caras pintadas contra o mensalão, o “jeitinho” do PT para tomar conta do Congresso.

As Redes Sociais e a conscientização

Nos dois últimos anos, com o aquecimento das redes sociais e o surgimento de organizações com foco no debate público, o quadro deu mostras de mudança. Atingindo mais influência que a UNE, hoje declaradamente partidária, as ferramentas da web não são capazes de imprimir dezenas de pautas na sociedade, mas já encontram sustentação suficiente para, por exemplo, dar o start em partidos políticos.

Um exemplo conhecido é o Libertários, também conhecido como Líber, que tem em seu DNA o Orkut. Atualmente, 150 pessoas são associadas ao partido, que tem seus quadros concentrados na faixa dos 18 aos 24 anos.

Presidido por Juliano Torres, 22, o partido tem um programa já moldado, disponível aqui, e tem seu trabalho concentrado atualmente na criação de novos diretórios, grupos que serão fundamentais para o partido conseguir as 500 mil assinaturas que o oficializará no espectro político nacional.

A expectativa inicial do Líber, que defende a extinção do Banco Central e a diminuição da influência do Estado (saiba mais na entrevista com Juliano Torres), era a de lançar candidatos já em 2012. A estratégia, no entanto, foi alterada. “Inicialmente estamos focando em divulgar a idéia para termos mais filiados, e forma diretórios em muitas cidades. Com essa organização pronta, poderemos em poucos meses coletar todas as assinaturas necessárias.”

Ituanos politizados: o Instituto Tellus

Outro exemplo do novo modelo de mobilização dos jovens, muito mais forte que uma apariçãozinha nos Trending Topics, tem participação de um ituano: o jovem José Emygdio Neto, vice-presidente do Instituto Tellus.

Criado por quatro alunos da FGV, o Tellus é uma ONG sem ligação partidária que busca soluções para reinventar o conceito de governo, através de um Estado mais transparente. “Vemos Governo como oportunidade, e não somente como problema”, resume Neto.

Um dos grandes projetos do Tellus foi o “10 Perguntas”, realizado em conjunto com o ABC*Fellows e apoiado por alguns dos maiores veículos de comunicação do Brasil.

A ação, focada nos jovens, convocava os internautas a interferirem na agenda política dos presidenciáveis, enviando perguntas sobre metas e ações governamentais.

No próprio site do projeto as perguntas foram mediadas pelos próprios visitantes, que selecionaram aquelas com que se identificavam. Ao todo, 120 mil votos foram computados para gerar a seleção final. A interatividade é coroada com a liberdade dos participantes definirem se a pergunta foi efetivamente respondida – o que não se vê em debates tradicionais, engessados pelas regras estipuladas pelos coordenadores de campanha.

“É inovador porque confia nas pessoas e em sua capacidade de tomar decisões. Quando oferecemos um propósito claro e um ambiente propício, o melhor das pessoas aparece. O projeto foi bem aceito porque as pessoas se sentiram em casa", afirmou o ituano, que acredita na existência de uma mobilização em Itu, algo que “o senso comum não considera como mobilização política”.

A divisão jovem do Instituto Millenium

O ingresso de jovens na agenda política é uma realidade não apenas de novos grupos, mas também de institutos de grande visibilidade. O Instituto Millenium, órgão que defende a Democracia, a Economia de Mercado, o Estado de Direito e as Liberdades Individuais, conta com uma divisão exclusiva para os jovens - o Millenium Jovem.

"O grupo Millenium Jovem é uma forma de, desde cedo, envolver as pessoas no debate de idéias, de valores e de princípios para melhorarem o Brasil. Poucos espaços oferecem uma oportunidade de discussão de idéias nesse sentido. Atualmente, o debate público ficou muito superficial, sendo totalmente baseado em rótulos e chavões, sem que haja uma efetiva análise das consequencias práticas e dos resultados empíricos de determinadas ações.", afirmou Paulo Uebel, diretor do Instituto.

Considerando os protestos de José Dirceu sobre o excesso de liberdade de imprensa no Brasil, não poderia existir hora melhor para a juventude despertar.

Tags: internet, mobilização, instituto millenium, democracia, une, caras pinbtadas, collor, lula, esquerda, direita, tellus, fgv, 10 perguntas, serra, dilma, marina, eleições 2010, propriedade privada, política.

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