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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Lula: o medo venceu a esperança?

Nunca pensei que este dia chegaria. Desde que Lula apareceu no cenário político brasileiro, tenho torcido por ele e votado nele. Um homem humilde, saído das camadas populares, um exemplo marcante do trabalhador e batalhador incansável que finalmente venceu a velha política viciada das elites e das oligarquias.

A esperança num novo modelo de sociedade mais justa e humana, onde as oportunidades estariam ao alcance não só dos protegidos e predestinados das castas dos coronéis, mas também do homem comum, lutador e com talentos. Um presidente como Lula era um orgulho para nós brasileiros. Inteligente, apesar do passado de carência, brilhante sem ter a oportunidade do estudo apurado. Surpreendia o mundo ao discursar em órgãos internacionais, ela sua eloquência e clarividência.

Todas as gafes e mancadas que cometeu foram perdoadas. Sobreviveu à derrocada do PT de José Dirceu, Genuíno e outros craques do seu time que foram alçados ao mais alto grau de poder da nossa política. Lula se mostrou um sobrevivente, uma figura gigantesca, maior que seu partido e acima das querelas que alimentam a nossa medíocre política. Afinal, uma figura como ele é uma raridade no cenário da política nacional e mundial. Tínhamos que preservá-lo e nos apegar ao que ele representava como a nossa última tábua de salvação e o último suspiro de esperança.

Ao vê-lo defender um político como Sarney, passei a refletir sobre tudo isto e reavaliar algumas crenças que estavam no arquivo de memórias, como as de "certeza absoluta". O velho Sarney, que desde a ditadura sobrevive e adquire poder com estratégia dos camaleões e das hienas. Sempre se transmutando e se adaptando aos novos cenários e se refastelando com o repasto das carcaças podres da política que vão ficando pelo caminho.

Por isto, esta certeza dói. A de que não tenho mais em quem depositar meu voto e minha confiança. Aquela sensação de que finalmente o medo venceu a esperança não nos abandona e que o Brasil se vê órfão de verdadeiras e autênticas lideranças, capazes de nos conduzir ao um melhor e mais promissor destino.

É duro ouvir como melhor argumento que a corrupção de Fernando Henrique era pior, com se nos restasse apenas a rendição à nossa natureza mais medíocre e a podridão de uma política perversa que se abate todo dia sobre nossas cabeças. Esta impressão de que "está tudo dominado" e que as leis das gangues prevaleceram sobre a lei dos homens e sobre a lei de Deus adquiriu voz e presença.

A barbárie tomou a cena política e, por uma questão de saúde mental e psicológica, temos que acreditar que Lula está equivocado ao pedir, do alto do mais importante cargo e título do Brasil, paciência e tolerância com a "política Sarney". De uma coisa tenho certeza neste momento: não voto mais no cidadão Lula para cargo nenhum, porque é o que me resta para continuar acreditando na vida.

Este artigo foi escrito por um leitor do Globo. Quer participar também e enviar o seu?Clique aqui

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