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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Parlamentares criam calendário irrelevante de homenagens

Biaggio Talento e Regina Bochicchio, do A TARDE

Fernando Amorim / Agência A TARDE

Fã de Raul Seixas, o deputado Álvaro Gomes criou o Dia do Rock, comemorado no dia da morte do cantor

Fã de Raul Seixas, o deputado Álvaro Gomes criou o Dia do Rock, comemorado no dia da morte do cantor.

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Sistema de transporte precário, segurança pública ineficiente, rede hospitalar aquém das necessidades de uma população cada vez maior. Os problemas se acumulam no Brasil, e a classe política usa seu tempo para criar dias em homenagem às coisas mais estranhas e esdrúxulas. O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) apresentou projeto para criação do Dia do Macarrão. O deputado Lincoln Portela (PR-MG), talvez um insone, propôs 6 de abril, o Dia do Sono. As razões? É que nesse dia não se comemora nada.

Há também o Dia Nacional do Cadáver Desconhecido, esse já instituído (25 de setembro), e outras “homenagens” do gênero em níveis federal, estadual e municipal. Em São Paulo, 27 de julho é o dia do gatebol. Não se trata de algum esporte felino, trata-se de jogo onde os atletas tentam fazer passar uma bola (com o auxílio de um taco) sob três arcos. No Espírito Santo, 1° de agosto é o dia da desfiadeira de siri, enquanto em Belo Horizonte no 27 de agosto quem faz a festa são os cultores da luta de braço.

Recentemente, a Transparência Brasil, ONG que acompanha a atividade política no País, divulgou levantamento dos trabalhos da Câmara Municipal de São Paulo (que tem orçamento anual girando em torno de R$ 310 milhões) entre 2005 e 2008, constatando que dos 3.021 projetos apresentados na Casa, 832 foram aprovados, dos quais 206 eram relacionados a algum tema de relevância para a cidade. Ou seja: 91% da atividade legislativa é irrelevante para a capital paulista. Os edis gastam a maior parte do tempo e dinheiro público com a concessão de medalhas, títulos de cidadão, batismo de ruas e logradouros, além dos indefectíveis dias de alguma coisa.

A Bahia e Salvador não ficam atrás e ostentam projetos do mesmo calibre. Numa disputa musical, a Assembleia Legislativa criou o dia da salsa e o dia do rock.  A Câmara, o do samba e o do reggae.

Bases - A Verdade é que cada deputado estadual acaba tendo de criar datas que agradem às suas bases eleitorais, como é o caso do dia estadual de luta da categoria dos químicos, petroquímicos e petroleiros, proposto pelo deputado Álvaro Gomes (PCdoB).

Leia a íntegra desta reportagem na edição impressa de A TARDE desta segunda-feira, dia 28. Ou acesse aqui a versão digital, se for assinante.

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